Editorial Linha Verdade por Ricardo Strauss.
De quem é a verdadeira culpa
É impossível não sentir uma dor profunda ao pensar nos brasileiros que, com o sonho de uma vida melhor, enfrentaram o desconhecido e, ao invés de esperança, se depararam com a frieza da deportação. Esses filhos e filhas do Brasil, ao buscarem uma chance de dignidade, enfrentam um sistema que falha em oferecer aquilo que todo ser humano merece: oportunidades iguais, segurança, e um futuro decente.
Como é possível não entender a dor de quem deixa para trás tudo o que ama, tudo o que construiu, em busca de um amanhã mais justo, um amanhã que não chega no próprio país? Não se trata de um sonho egoísta, mas de uma luta para dar à família aquilo que, infelizmente, o Brasil não consegue garantir a todos.
E enquanto isso, vemos que muitos buscam um futuro melhor em países onde a dignidade não é uma promessa vazia. Mas o que dizer da nossa realidade? O Brasil, com sua imensa riqueza natural, se torna um país onde a desigualdade social impera, onde poucos têm acesso à verdadeira prosperidade e onde muitos, por mais que se esforcem, são empurrados para um abismo de desesperança.
Não podemos fechar os olhos e culpar os outros. A culpa está em nossas próprias falhas como nação. A culpa está em um sistema que falha em garantir justiça, em um país onde a corrupção corrói as estruturas, e onde a dignidade parece ser um privilégio de poucos. O Brasil precisa refletir sobre quem realmente paga o preço por essas falhas. E quem são os verdadeiros culpados por essa dor de ver tantos sonhos interrompidos.
O Brasil tem potencial, tem a força do seu povo, mas é preciso mais que isso. É preciso que o povo tenha a chance de viver de maneira digna, sem precisar deixar suas raízes para trás.