Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, líderes das duas maiores facções criminosas do país, estariam recebendo atendimento privilegiado de profissionais particulares nos presídios federais de segurança máxima onde estão detidos.
Segundo relatos de policiais penais ao jornal Gazeta do Povo, Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), teria tido acesso a um dentista particular dentro do Presídio Federal de Segurança Máxima em Brasília, inclusive para realização de procedimento estético. Fernandinho Beira-Mar, líder do Comando Vermelho (CV), recebeu atendimento particular de psicólogos no presídio federal de Catanduvas (PR). Ambos os serviços, de psicologia e de dentistas, são oferecidos dentro das unidades prisionais por profissionais contratados pelo governo federal.
O Jornal Gazeta do Povo tentou, por diversas vezes desde o fim do ano passado, esclarecimentos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e da Secretaria Nacional de Políticas Penais sobre os atendimentos particulares aos apenados. Foram pelo menos cinco tentativas desde o dia 30 de dezembro de 2024, mas até a publicação da reportagem nenhuma das pastas respondeu aos questionamentos.
Desde 2019, as visitas íntimas ou com contato físico não são permitidas nos cinco presídios federais de segurança máxima no Brasil, que estão localizados em Catanduvas (PR), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) Mossoró (RN) e Brasília (DF). A regra passou a valer, em definitivo, a partir da Lei n° 13.964/2019 que também ficou conhecida como “Pacote Anticrime”. O atendimento privilegiado de profissionais particulares, com contato físico e direto, estaria ocorrendo desde o ano passado, segundo os policiais penais que conversaram com a Gazeta do Povo em reserva.
Marcola e Beira-Mar possuem centenas de anos de condenação em dezenas de processo por crimes que vão desde organização criminosa, execuções com requintes de crueldade a tráfico internacional de drogas e armas.