Péssimo dia para os inimigos”: influenciadores alvos de operação voltam para a cadeia
A dupla é acusada de comandar um esquema de rifas virtuais que supostamente lesou milhares de pessoas Na manhã desta sexta-feira (9), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu preventivamente o casal de influenciadores Gladison Pieri e Pamela Pavão, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A dupla é acusada de comandar um esquema de rifas virtuais que supostamente lesou milhares de pessoas, além de praticar crimes de lavagem de dinheiro, exploração de jogos de azar, associação criminosa e contra a economia popular.
A investigação teve início após denúncias de participantes que nunca receberam os prêmios anunciados nas rifas promovidas pelo casal. As rifas ofereciam prêmios de grande valor, incluindo veículos de luxo como BMW, Porsche e Corvette, além de imóveis e quantias em dinheiro. No entanto, segundo a polícia, muitos desses prêmios nunca foram entregues, e há suspeitas de que pessoas próximas aos influenciadores eram beneficiadas nos sorteios.
Durante a operação, batizada de “Sorte Grande”, foram apreendidos pelo menos 15 veículos de luxo, incluindo os mencionados Porsche, BMW e Corvette. Estes veículos, que ultrapassam o valor de R$ 1 milhão cada, eram frequentemente exibidos nas redes sociais de Gladison e Pamela, onde o casal ostentava uma vida de luxo, com viagens ao exterior e a aquisição de um apartamento em um conhecido balneário de Santa Catarina.A prisão preventiva foi decretada após a constatação de que, mesmo cientes de estarem sendo investigados, os influenciadores continuaram realizando as rifas ilegais. A Justiça considerou que a continuidade das atividades criminosas representava um risco à ordem pública, justificando a medida extrema.
Os advogados do casal, André Callegari e Marília Fontenele, manifestaram-se contrários à prisão, argumentando que a decretação foi precipitada e desnecessária. Eles afirmam que o casal estava disposto a colaborar com as investigações e que medidas cautelares alternativas poderiam ter sido aplicadas. Segundo a defesa, a prisão preventiva não se justifica, uma vez que não houve tentativa de fuga ou qualquer ação que impedisse o andamento das investigações.Em comunicado nas redes sociais, pouco antes da prisão, Gladison e Pamela afirmaram que todas as suas atividades estavam “100% regularizadas” e que a ida à delegacia foi apenas para prestar esclarecimentos sobre um período anterior, quando, segundo eles, não estavam regularizados. No entanto, a Polícia Civil contesta essa versão, apontando que as rifas continuaram a ser realizadas de forma ilegal, sem a devida autorização do Ministério da Fazenda, o que configura um ato ilícito.
Além das irregularidades nas rifas, a investigação também revelou indícios de manipulação nos sorteios e de lavagem de dinheiro. Os valores arrecadados nas rifas eram supostamente misturados ao faturamento das empresas de fachada do casal, dificultando a rastreabilidade dos recursos e a identificação da origem ilícita do dinheiro.O caso tem gerado grande repercussão nas redes sociais, onde Gladison e Pamela possuem mais de 2 milhões de seguidores. Muitos seguidores manifestaram apoio ao casal, enquanto outros questionam a veracidade das rifas promovidas pelos influenciadores.
A Polícia Civil continua as investigações e não descarta a possibilidade de novas prisões e apreensões relacionadas ao caso.