Há quase dois meses, Graziela Coutinho Barreto, 41 anos, acusada de aplicar um golpe milionário em dezenas de policiais e bombeiros endividados do Distrito Federal, “evaporou”. Com um batalhão de vítima em seu encalço, a mulher mudou os números de telefone e teria se escondido no Nordeste. De acordo com as investigações, Graziela aproveitou a proximidade com as categorias para fingir que teria facilidade de renegociar dívidas com bancos públicos e privados.
Ela prometia reduzir em até 40% os valores de empréstimos consignados e financiamentos feitos por policiais civis e militares, além de praças do Corpo de Bombeiros. Pelo menos três inquéritos instaurados na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apuram casos em que clientes da golpista amargaram prejuízo estimado em quase R$ 3 milhões.
A coluna apurou que “Grazi”, como era conhecida, se separou do então companheiro, um escrivão aposentado da PCDF, logo após a notícia dos golpes virem à tona, em junho deste ano. Em seguida, ela não foi mais vista na capital do país.
Articulada, a golpista montou um grupo no WhatsApp e adicionou vários agentes aposentados e da ativa que estavam endividados.
Ela ganhou a confiança dessas pessoas e garantiu que “conhecia caminhos” para reduzir dívidas em até 40% contraídas por meio de direitos creditórios, espécie de títulos representativos de direitos, originados por contratos mercantis de compra e venda de produtos, mercadorias ou serviços.
Com os contracheques estrangulados pelos juros de empréstimos consignados e financiamentos, dezenas de servidores das forças de segurança confiaram na estelionatária.