Traficantes de Palhoça morrem em colisão frontal com caminhão na Serra Catarinense: ‘time desfalcado’
Dois jovens de Palhoça morreram em uma colisão entre um Fiat Palio e uma carreta na BR-282, em Bocaina do Sul. Um deles era apontado como integrante de facção criminosa e tinha diversas passagens policiais.
Na madrugada desta quinta-feira (9), por volta das 3h40, o Corpo de Bombeiros Militar de Lages atendeu uma colisão violenta na BR-282, em um trecho de curva acentuada, cerca de cinco quilômetros após o perímetro urbano de Bocaina do Sul, na Serra Catarinense.
O acidente envolveu uma carreta Scania e um Fiat Palio de cor escura. O caminhoneiro, de 34 anos, não se feriu. Já os dois ocupantes do automóvel morreram na hora. Um dos corpos foi arremessado para fora do veículo, enquanto o outro ficou preso entre as ferragens.
As equipes de resgate precisaram usar ferramentas hidráulicas para remover o corpo do motorista. O carro ficou totalmente destruído, com o motor e partes da lataria espalhadas pela pista e acostamento. A via foi isolada por cerca de duas horas até a conclusão dos trabalhos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Científica.
As vítimas foram identificadas como Kevin Juan Vieira da Silva, morador do bairro Pachecos, em Palhoça, e Francisco de Quadros da Silva, de 16 anos, também residente no mesmo município da Grande Florianópolis.
Segundo informações apuradas com exclusividade pelo Jornal Razão, Kevin teria sido identificado pela Inteligência das Forças de Segurança na região como “disciplina” — termo usado por facções criminosas para designar o membro responsável por aplicar punições e garantir o cumprimento das “leis” internas da organização. Ele tinha quase 40 passagens policiais, incluindo 10 prisões por tráfico de drogas.
Francisco, por sua vez, já havia sido preso pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em 12 de setembro, durante uma operação na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis. Na ocasião, ele estava com Leonardo Souza Bardalho e Luiz Feliphe de Paula Heerdt em um Fiat Linea branco com placas clonadas. Dentro do carro, o BOPE encontrou um fuzil calibre 5,56, uma pistola Glock 9mm e um galão de gasolina.
As investigações apontaram que o grupo, ligado ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC), planejava executar Danilo de Souza, irmão de “Neném da Costeira”, preso por tráfico. O assassinato seria uma forma de pagamento de dívida com a facção.
O Jornal Razão apurou que, após ser apreendido, Francisco foi liberado por decisão judicial por conta da idade. Ele retornou a Palhoça, onde voltou a circular entre integrantes do grupo criminoso local.
A colisão fatal ocorreu quando o Fiat Palio invadiu a pista contrária e bateu de frente com a carreta. O impacto foi tão forte que o veículo foi arrastado por alguns metros e lançado contra o barranco.
Via Jornal Razao





